A Gaja
Tive hoje acesso a uma
página numa rede social que se intitula “A Gaja” e que, à data, possui 96.297
seguidoras.
Digo seguidoras
propositadamente porque duvido que existam elementos do sexo masculino a seguir
esta página prenhe de futilidades. E não, não é sexismo, discriminação, misoginia
ou coisa que o valha. É um facto! A mulher escreve futilidades para gajas, e
daí o seu nome sugestivo da página: “A Gaja”.
Só para não ficar mal na
fotografia acrescento que os homens também têm interesses considerados fúteis pelo
mulherio, pistons, camisas de alças picotadas, futebol e a Playboy.
Mas continuando. Esta
página é escrita por uma moça, chamada Raquel Costa, que, para além de ter
muito bom aspecto, excepto quando acabou de acordar é, segundo creio, directora
da MAGG e uma blogger com alguma fama. Os assuntos abordados são variados,
abrangendo desde a simples patacoada à patacoada de grande calibre. Mas, pelos
vistos, as suas frivolidades são do agrado e do interesse geral das gajas, que
lhe dão gostos em barda e fazem o favor de partilhar as patacoadas que a cachopa
produz.
Só para terem uma ideia, a
dita “gaja” publicou qualquer coisa como “Olá lindaxx. Já fizeram a cama hoje?”
e só por ter colocado esta questão fulcral para a humanidade recebeu 411
comentários e houve mesmo uma menina que, talvez por ser mais sensível, fez uma
partilha desta excelente questão.
Uma divagação de 13 linhas
de dez palavras cada, sobre a falta de mão-de-obra na restauração onde
constatava apenas o óbvio, registou 310 comentários e 31 partilhas.
Ainda numa outra
publicação, mais longa e por sinal até pobremente escrita - peço desculpa à
Raquel, mas efectivamente estava mal escrita – considerou abordar um outro
problema que afecta transversalmente toda a civilização ocidental e os
habitantes da remota ilha de Fernão de Magalhães e que se prende com o preço
que a senhora pagou por um galão num
café que nasceu a olhar para o turismo. Só este desabafo registou 1.100
comentários e 429 partilhas e certamente um estatuto que a terá deixado a um
degrau de Platão
Haveria certamente mais
exemplos para aqui colocar mas temo que se me deixasse levar por esse impulso
irreflectido pudesse contrair alguma lesão cerebral irreversível, como certamente
terá sido diagnosticado às suas seguidoras.
Não conheço os seus dotes
como blogger, mas conhecendo os seus dotes como “redista social”, não me
apetece nada aprofundar o meu conhecimento sobre os pensamentos mais profundos
desta senhora. Mal equiparando, é quase como ir a um restaurante fino e
enquanto esperamos por mesa para jantar servem-nos um gin num copo de plástico
descartável. Apetece-me logo vir embora.
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