Ebora Liberalitas Julia

 

Para assinalar o fim das minhas férias do ano de 2022 e para mostrar aos outros que fui para algum lado, na passada quinta-feira, peguei no subsídio de férias, enchi meio depósito e, sempre a 80 ou 90 km/h para não gastar muito, dirigi-me com a família a Évora ou como os romanos lhe chamavam a  Ebora Liberalitas Julia que é uma cidade que dizem ter muito para ver.

O muito para ver começa logo antes de Évora para quem vai pela N114 ou coisa parecida e chama-se uma Anta do Zambujeiro e outra Cromeleque dos Almendres que são uma espécie de pedras empinadas. Como já tinha visto uma vez uma e uma pedra empinada é uma pedra empinada não fiz caso algum das placas e segui viagem.

Já em Évora, o primeiro monumento que dou conta é um parque de estacionamento gratuito para o qual me apressei a dirigir o automóvel. Era de terra batida é certo mas gostei dele e lá estacionei.

Como é habito meu ser muito metódico a viagem estava perfeitamente programada com rotas e horários específicos pelo que a primeira pergunta que se impunha era “ então prundéque a gente vai?”

Decidimos subir uma rua , coisa que eu sou sempre contra pois as ruas deviam ser sempre a descer mas lá subimos aquela, virámos á esquerda e logo à primeira encontrámos um monumento que, pelo seu traçado arquitectónico,  se destacava logo dos restantes e que dizia à entrada “Pastelaria Conventual Pão de Rala”.  Admirados por tão singular arquitectura entramos no espaço para apreciar a abóboda gótica de um Pão de Rala e a circunferência quase perfeita do Bolo de Nozes, mel e doce de ovos, passando pela Encharcada e Queijinhos do Céu.

Não nos podendo demorar abandonámos o local e quase sem querer encontramos a Fundação Eugénio de Almeida que é uma casa de portas abertas que tem carroças lá dentro. Para as pessoas verem. Eu vi e ao fim de 2 minutos tinha visto e estava cá fora a apreciar os bons ares eborenses.

Como já se ia aproximando a hora do almoço, reservámos mesa num restaurante, o qual não vou dizer o nome para não se irem lá alambazar, e toca de subir à procura do Templo de Diana… que desilusão, aquilo está tudo partido, umas poucas de colunas em pé e mais nada, nem tecto, nem janelas, nem nada. Nem sei como é que a Diana viveu naquela casa, mais valia ter alugado um quarto uma residencial porque ali está quieto, faço ideia as correntes de ar no Inverno.

Bom, dali descemos uma rua cheia de bugigangas à porta para os visitantes comprarem ao preço de um pequeno apartamento em Lisboa e fomos ter à Praça do Giraldo, assim chamada em honra a uma criatura chamada Geraldo Geraldes, também chamado o Sem Pavor, que deu uma sova aos mouros em 1167 (fonte wikipédia) porque se tinham fartado de rir com o nome dele.

Fomos então ao dito restaurante onde nos deliciámos com uma excelente sopa de feijão com espinafres e bacalhau a um preço muito razoável. Como contra, apenas não terem um sofázito onde uma pessoa pudesse fazer penitência por tão lauta refeição.

Onde é que vamos, onde é que não vamos e lá fomos nós para a capela dos ossos que é um sítio muito simpático que nos faz sentir muito bem-vindos e que os residentes estão ansiosos para nos receber. Para ser sincero, achei que um bom pedaço de reboco nas parede poderia melhorar o aspecto do espaço e recomendei vivamente esta obra de requalificação ao funcionário que à saída nos tentava impingir umas lembranças com tíbias e caveiras gravadas.

Mas, vim a saber, o bilhete para a capela dava também acesso a uma exposição de presépios e a um museu. Quanto ao museu só tenho uma palavra a dizer: a-do-rei! Principalmente o ar condicionado que contrastava  com o calor tórrido sufocante que se fazia sentir na rua  e nos fazia sentir que estávamos a viajar num destes novos autocarros da Carris Metropolitana. A única chatice era estar cheio de estatuetas e velharias em pedestais e uns quantos quadros que reproduziam pessoas com ar esquisito e olhos de ovo cozido. Um horror! Era varrer aquilo tudo dali para fora

Quanto aos presépios, pode parecer uma coisa muito bonita mas torna-se cansativo e ao fim de um expositor comecei a pensar que afinal o calor da rua não era assim tão mau.

Guiados pelo Google, voltámos à praça do Giraldo e fomos comer um gelado ali perto à Creme de Latte, pedi maracujá e manga. Lembrem-me para nunca mais pedir um gelado de maracujá e manga. É ácido e horrível mas eram dos únicos sabores que não tinham lactose. Comeu a Teresa!

Com a promessa de voltar um dia regressámos a casa revigorados e certos de termos fechado com chave de ouro estas férias.

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