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A mostrar mensagens de maio, 2023

Histórias do fundo da rua

 Cada pessoa que morre é uma perda incalculável para a espécie humana, não tanto ou somente pelo seu contributo para o avanço civilizacional, mas principalmente pelas histórias e experiências que com ele também partem. Cada pessoa tem uma uma visão única de cada acontecimento constituindo múltiplas realidades de cada experiência. Se perguntarmos a 10 pessoas diferentes como interpretaram um qualquer acontecimento que tenham experienciado, certamente cada uma delas apresentará pormenores que, não desvirtuando em absoluto a realidade, lhe introduzem um pouco da personalidade do observador.  No meu caso, quando me empurrarem daqui para fora, a humanidade perderá, para além do tal património interpretativo, uma enciclopédia de pequenas histórias, inócuas é certo, mas que o meu cérebro recusa a esquecer por mais anos que passem. Hoje lembrei-me de uma história antiga que tem como protagonista o Farsolas e, como personagens secundárias este vosso amigo e o Paulinho, outro puto de ba...

Burnout

  Um estudo do Laboratório Português dos Ambientes de Trabalho Saudáveis, revela que cerca de 80% dos portugueses possuem pelo menos um dos sintomas de burnout e cerca de 63% acumulam já, para além do papel higiénico que ainda têm na dispensa dos tempos da Covid, três sintomas: exaustão, tristeza e irritabilidade e indica que os trabalhadores da saúde, administração pública e educação e são os de maior risco. Esta última afirmação vem, no fundo, desmistificar a ideia que a Administração Publica nada faz e certamente que, a partir de hoje, os portugueses que forem a uma repartição publica e sejam recebidos por uma funcionária com cara de cavalo que lhes devolve com um “isto não serve”, os papéis que demoraram semanas a coligir por vários departamentos e repartições a mando dela mesma, não irão levar a mal porque a senhora provavelmente padecerá de um burnout que justifica os seus maus modos e a sua má educação. Tanto mais que o Governo este ano ainda só lhes deu duas pontes, uma n...

Eurofestival 2023

  Para pôr um ponto final sobre o assunto, vou aqui tecer as minhas últimas considerações sobre o Festival da Eurovisão que decorreu no sábado e, como tantos outros antes deste, no final, deixou um travo amargo na boca dos portugueses que esperavam um pouco melhor em termos de pontuação. Mas nem tudo foi mau. Se virmos bem as coisas atrás de nós ficaram ainda 3 países, a Sérvia e as poderosas United Kingdom e Alemanha, o que me deu muita pena. Primeiro, porque a cantora do UK era boa como o milho, mas mesmo boa, nada como aquelas merdosas estereotipadas às piruetas que vêm do Azerbaijão, Lituanias países assim, esta era mesmo boa e bem apresentada, pelo que merecia um lugar de destaque, ou no pódio, ou na minha sala de estar. Em segundo, porque também queria que a Alemanha ganhasse… aqui apenas por uma questão de solidariedade para com a mãe daquele senhor que foi cantar naqueles preparos “Ó filho, então tu foste assim vestido para aquele lugar? Não tinhas uma roupa decente lá em c...

Mendigos à la carte

O assunto do dia é a descoberta pela comunicação social de algo que toda a gente já sabe, ou pelo menos já desconfia, há muito anos: O tráfico internacional de crianças para efeitos de mendicidade. Clãs familiares da Bulgária e da Roménia, aproveitam a mobilidade concedida pelo acordo de Schengen, para comprarem crianças nos países de origem que depois distribuem pelas principais cidades europeias, para recolherem as esmolas de turistas e senhoras mais sensíveis. Para a Judiciária, este é um fenómeno da globalização. Para mim, que sou menos adepto dos lugares comuns, é um fenómeno da inacção. Inacção da polícia e mais que da polícia, dos Governos que adoptaram a política de fingir que não vêem o problema porque, coitadinhos, são pobrezinhos e têm direito à vida. E também porque enquanto andam a encher os passeios da cidades com as suas figuras andrajosas a meter nojo às pessoas, não andam a roubar.  O que, aliás, é exactamente a mesma política ou filosofia que adoptaram, com os arr...

A Europa e o Festival da Eurovisão 2023

 Foi ontem transmitida na RPT 1  a 1ª semifinal do Festival da Eurovisão e não é exagero dizer que foi das melhores prestações que vi uma representante portuguesa fazer neste evento anual. Arrumou todos! Até mesmo aquele noruegueses vestidos de alface e com uma coleira de pregos, que pelos vistos serão os favoritos. Tão favoritos que a apresentadora maior de todas, muito maior que todas, não cessou de lhes fazer publicidade após a sua actuação ou mesmo durante a votação imitando os gestos da dança do cantor. A nossa Mimicat, de quem eu nunca tinha ouvido falar há mais de dois meses atrás e nem mesmo recordo de ter ouvido a canção anteriormente, deu cabo deles. Uma apresentação equilibrada e animada quanto baste para dar vida à coisa, mas não se confundir com aqueles bandos que por lá aparecem a fazerem momices (não está por aí o Pepe, pois não?) e um cenário de luzes espectacular que também não caiu naquela armadilha do exagero e da bimbalhice extrema com que normalmente os pa...

Os Bancos em tempo de crise

 Foi ontem notícia que, em 2022, a margem financeira da banca portuguesa foi de 142%, destacando-se da média dos bancos europeus onde a média foi de 15%. Destes números traduz-se um aumento dos lucros da banca em 72% face ao ano anterior e proporcionou um aumento médio de 20% nos vencimentos dos gestores de topo. De imediato perguntei-me como é possível atingirem-se estes números recorde quando passámos de taxas de juro negativas para máximos dos últimos 20 anos. Ainda por cima em entidades que, muitas delas, foram há pouco tempo intervencionadas ou ajudadas pelo Estado, ou seja, por todos nós. Passados 2 minutos obtive a resposta quando consultei o meu extrato bancário e vi debitados 6,90 € de comissão de manutenção de conta mais 0,29 € de imposto para o Estado A falta de vergonha e o roubo institucionalizado tomaram conta do nosso país e parece que ninguém tem mão neles Já hoje, Vítor Bento, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, e pelos vistos em discordância com a minha...

Seres produtores

 Uma Universidade nos EUA decidiu abolir definitivamente do seu léxico, ou até se lembrarem de outra coisa mais interessante para fazer, as palavras Homem e Mulher, passando o primeiro a designar-se por “ser que produz sémen” e o segundo por “ser que produz óvulos”, tudo isto numa tentativa de ser mais inclusivo para as novas espécies que vão aparecendo um pouco todo o lado e não vá também  o diabo tecê-las e alguma criançola lembrar-se, como foi o caso passado em Inglaterra onde uma professora de um renomado colégio foi convidada a demitir-se por ter dito à entrada da sala de aulas “Bom dia, minhas meninas e meus meninos”, mas em inglês, claro, ofendendo assim alguém que não se considerava nem uma coisa nem outra, ou melhor,. ofendendo aqueles que julgando-se uma coisa ou outra, decidiram que poderia haver alguém que, não se considerando uma coisa nem outra, se poderia sentir descriminado. E vai então de apresentar queixa formal à direcção do Colégio que, em vez de ouvir aten...