Prócima paragem.... Montijo

Finalmente, após anos de indecisões, de especulação e palpites no Facebook  e centenas de milhões gastos em estudos de viabilidade e de impacto ambiental, do dia para a noite o governo, através do ministro das infraestruturas, resolveu dar uma de macho e anunciou que a solução para o novo aeroporto passa não pela construção de um, mas de dois aeroportos, e se não se calassem com a polémica ainda mandava construir mais um lá para os lados da Brandoa.

Naturalmente que esta noticia, boa para alguns e péssima para outros que  não tendo mais nada que fazer preveem que o Montijo será assolado nos próximos anos por violentos maremotos e subidas de marés que certamente engolirão toda a obra feita pelo que se aconselha os trabalhadores de que irão fazer as pistas a usar galochas. 

Curiosamente, para estes especialistas, estas cheias e estes maremotos que se avizinham da margem sul, parecem não produzir qualquer efeito em Lisboa pois ninguém se preocupa que se as águas do Tejo subirem dois palmos no Montijo como vaticinam, em Lisboa chegarão ao até Rossio inundando o restaurante Beira Gare onde se fazem as mais apetitosas bifanas do planeta

Na minha opinião e agora falando a sério, esta decisão precipitada só vem acentuar a clivagem entre as várias regiões do país que o Governo tanto diz querer erradicar. Um aeroporto no Montijo e outro em Alcochete? E a Baixa da Banheira ou Lavradio? Também não terão direito a ter um aeroporto só para eles? Como quer este governo erradicar as desigualdades se Paio Pires fica sem um aeroporto? E Casal do Marco?  Todos eles seriam certamente óptimas soluções para aeroportos complementares e, se tudo fosse bem combinado, até com custos bastante reduzidos. Podia-se, por exemplo, fazer os check-in nas caixas dos supermercados Lidl "Senhor passageiro, iremos abrir a caixa número quatro, por favor ponham a sua bagagem no tapete rolante. Aproveite as nossas promoções e passe pela nossa secção de padaria e pastelaria onde poderá encontrar sandes de atum e ovo já embaladas e iogurtes da nossa marca para intolerantes à lactose...".

Podia-se até criar um passe intermodal à semelhança do Navegante, só que se chamaria Voante, e as pessoas em vez de estarem horas no Fogueteiro à espera de viajar muito apertadas em comboios e camionetes e coisas assim, apanhavam o avião urbano para Almada ou Corroios. Bastava mostrar o passe.

Inclusivamente nas aeronaves também se podia poupar no pessoal de bordo substituindo as  hospedeiras, por uma gravação daquela senhora com voz afectada que no autocarro 706 da Carris vai anunciando as paragens "prócima paragem.... Restauradores", só que neste caso seria "prócima aterragem.... Marisol" 

Ah, entretanto o primeiro ministro já veio cortar os meus sonhos e dizer que foi apanhado de surpresa pelo despacho do senhor ministro da cultura e que não sabia de nada pelo que o assunto da localização do aeroporto volta á estaca zero

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