Assuntos de Estado
No passado dia 10 de Maio, o Ministério Público de Évora considerou não existirem quaisquer indícios de prática de homicídio por negligência por omissão contra o agora ex-ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, no caso do atropelamento mortal na A6 de um trabalhador que procedia a reparações na auto-estrada.
De acordo com o despacho de arquivamento do processo e passo a citar “… não lhe era exigível (a Eduardo Cabrita) que cuidasse de sindicar a condução praticada pelo seu motorista", uma vez que o motorista teria sido contratado para o exercício daquela função, "libertando Eduardo Cabrita de qualquer responsabilidades decorrentes do exercício da mesma, permitindo-lhe dedicar-se a outros assuntos".
No mesmo despacho isenta-se também de responsabilidade no acidente o responsável de segurança e qualquer outro elemento da comitiva que também não se terão apercebido que o motorista seguia acima da velocidade máxima permitida nem que dirigia pela faixa da esquerda, pelo que o acidente é da inteira responsabilidade do motorista.
Quer o Ministério Publico dizer com estas afirmações que, caso durante o percurso o motorista decidisse fazer um desvio e ir à Amareleja buscar um presunto que a sua prestimosa mãe tinha guardado para ele, o Sr. Ministro não teria nada a dizer sobre o assunto uma vez que a condução estava à responsabilidade o motorista e ele era só um mero passageiro a tratar de outros assuntos.
Mas diz mais, diz que muito provavelmente o responsável de segurança, que certamente ganha muito bem e a quem aconselho vivamente a ver o filme Bodyguard, só se aperceberia do desvio quando lhe cheirasse a fumeiro vindo do porta-bagagem.
Uma semana depois tornou-se público que a antiga EDP e a Ascendi, responsáveis pela gestão das linhas de média e alta tensão onde deflagrou o incêndio de Pedrógão Grande, foram ilibadas de quaisquer responsabilidades. A tribunal, como principais responsáveis pela tragédia, irão ser levados a responder em tribunal irão 2 trabalhadores de uma empresa e 3 trabalhadores de outra.
Qualquer parecença com o caso do atropelamento é mera coincidência.
Mais uma semana, mais um aumento no preço dos combustíveis. E também mais uma vez a ERSE diz que vai estar atenta ao que se está a passar mas que, até à data, não encontrou indícios de cartelização ou de especulação de preços.
Ao Governo, aconselho a adoptar a medida que Hillary Clinton adoptou quando uma empresa farmacêutica americana quis aumentar o valor de um medicamento de 5 para 500 USD.
Ok! Vocês aumentam os preços e já amanhã têm uma equipa da finanças a bater-lhe à porta.
No próprio dia a farmacêutica reconsiderou e voltou atrás na sua decisão.
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