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A mostrar mensagens de maio, 2022

Lado errado

 Todas as fotografias têm uma história. Pelo menos as minhas têm… excepto, talvez, uma em que apareço com um copo de Gin numa mão, olhos pequeninos e um nariz de palhaço. Essa não tem história, não me lembro sequer de a ter tirado. Até duvido que seja eu. Bom, mas esta tem. Levantei-me cedinho, carreguei a minha velha 400D com a objectiva 100-300 e lá me pus eu a caminho de um local que tinha visitado a semana anterior e que, na altura, abarrotava de cegonhas. Paúl ao meio impõe-se a decisão ir pela esquerda ou pela direita? Câmara em punho e sigo pela esquerda, até porque era por ali que tinha visto o passaredo e também não ajudava que do outro lado estivesse um gajo aos tiros Mas hoje as Cigonias cigonias tinham ido gozar o feriado a qualquer lado e não se viam. Com algumas dificuldades em camuflar-me por entre vegetação, uma vez que por ali, curiosamente, não abundavam muitos arbustos com o tom laranja florescente da minha t-shirt, resolvi ficar imóvel à espera que o rouxinol do...

O velho 44

 As palavras, como tantas vezes aqui já repeti, são como as cerejas. O mesmo acontece com pensamentos produzidos por estes enfezados e diminutos neurónios que me enchem o espaço que medeia entre o parietal direito e o parietal esquerdo. Ontem, quando fazia a minha tradicional ronda pelos passeios de Lisboa, deparei-me com um acampamento de um sem abrigo que lá terá a mania de ser filósofo e ao lado da tenda, escarrapachado em gordas letras azuis sobre um cartão, tinha escrito a seguinte tirada digna de um Descartes ou de um Platão nos seus melhores dias “ Antes de julgares a forma como eu vivo, fala comigo”. Hoje, ao atribuir um número de referência a uma proposta a enviar a um Cliente, deparei-me com o conjunto de algarismos “44” e de imediato fui transportado aos meus tempos de estudante na Escola Afonso Domingues e ao nosso Professor de Sistemas Digitais, permitam-me aqui escrever com P grande numa homenagem póstuma a tão emérita personagem, 44. Chamávamos-lhe 44 porque foi ele ...

A Gaja

  Tive hoje acesso a uma página numa rede social que se intitula “A Gaja” e que, à data, possui 96.297 seguidoras. Digo seguidoras propositadamente porque duvido que existam elementos do sexo masculino a seguir esta página prenhe de futilidades. E não, não é sexismo, discriminação, misoginia ou coisa que o valha. É um facto! A mulher escreve futilidades para gajas, e daí o seu nome sugestivo da página: “A Gaja”. Só para não ficar mal na fotografia acrescento que os homens também têm interesses considerados fúteis pelo mulherio, pistons, camisas de alças picotadas, futebol e a Playboy. Mas continuando. Esta página é escrita por uma moça, chamada Raquel Costa, que, para além de ter muito bom aspecto, excepto quando acabou de acordar é, segundo creio, directora da MAGG e uma blogger com alguma fama. Os assuntos abordados são variados, abrangendo desde a simples patacoada à patacoada de grande calibre. Mas, pelos vistos, as suas frivolidades são do agrado e do interesse geral das...

Uma questão de olfacto

Na semana passada, tive a sorte de me deparar com um artigo de opinião no Facebook, em que a autora, reforço a palavra autora, divagava sobre as razões que levariam as "parrecas" das mulheres, palavra dela, a exalarem um agradável olor a maresia, muito similar ao suave aroma que sem sente quando passamos pela zona de despejos da Docapesca. Como é natural, nem sequer abri o artigo porque me pareceu maçador e, para falar verdade, nem tenho o mínimo interesse no assunto, pois seria o mesmo que saber os truques de magia do Luís de Matos. O pessoal diverte-se muito a ver o espectáculo dele no casino Estoril, mas se nos revelarem os truques, aquilo deixa de ter piada. Para além do mais não tenho autoridade para falar sobre o assunto, pois nunca tive o desprazer de me encontrar com senhoras que possuíssem tão temível dom. E ainda bem, pois já me basta o cheiro do isco quando vou à pesca.  De qualquer forma a minha opinião também não seria muito valida, uma vez que segundo a ONU, exi...

Video Assistence Referee

  O diâmetro médio da iris de um olho humano é de 12 mm, o fora de jogo tirado a Darwin que daria o 1 – 0 no derbi entre o Benfica e o Porto foi de 20 mm Mais importante que a vitória do Futebol Clube do Porto no campeonato nacional de futebol 2021/2022, foi a consolidação do êxito da introdução das novas tecnologias de apoio ao juízo dos árbitros, refiro-me naturalmente ao Vídeo Assistence Referee, displicentemente referido na gíria popular do vulgar adepto e comentador desportivo, pela sigla VAR, diminutivo que faz tanto juz á importância de tão avançada tecnologia de ponta, como o diminutivo Tó ou Chico faz juz aos nomes dos António e Franciscos desta vida. Com o apoio do Vídeo Assistence Referee tornou-se possível analisar lances capitais de uma partida de futebol e repor a verdade do jogo em lances que o árbitro respectivos auxiliares, como humanos que são, poderiam deixar passar em branco por, na altura, estarem com um olho no burro e outro no cigano, ou por outras palavras, ...

Toiros e Bichos

  Esta madrugada, numa largada na Moita, um jovem de 16 anos morreu colhido por um toiro. Segundo muitos dos canalhas que abundam pelo Facebook, no seu epitáfio deveria ler-se “E o toiro como está?”. Custa-me a crer que a humanidade esteja reduzida a isto

O Início

Sempre desejei ter um projecto.    Na altura toda a gente tinha um, e por conseguinte também um me julguei no direito de ter o meu projecto. Na altura músicos deixaram de fazer álbuns para fazerem projectos, guionistas deixaram de escrever guiões para fazem projectos, actores deixaram de estar envolvidos em filmes e teatro para fazerem projectos, desempregados deixaram de estar desempregados para estarem entre projectos, arquitectos deixaram de fazer projectos para fazerem pro… bom esses sempre fizeram projectos, mas a realidade é que tinha chegado a minha vez. E foi assim que no dia 29 de Setembro de 2010, surgiu este meu projecto. Um blogue onde pudesse atormentar as almas sãs que deparassem com esta pagina e que por acaso tenham sobrevivido ao primeiro impacto da minha fotografia de perfil. Nesse mesmo dia, à noite, criei um perfil no Facebook e foi assim que no dia 30 de Setembro de 2010, deixei este projecto para trás das costas após ter deixado em rascunho uma enigmática...