A Morte das Putas

A morte de Olivia Voltaire, actriz porno, noticiada há alguns anos, foi alvo dos comentários mais vis que tive oportunidade de ler no esgoto em que se tornaram as redes sociais, com particular destaque para o Facebook  em que palavras como "mariquinhas" constituem em desrespeito aos padrões da comunidade e nao vê mal algum em alarves que se regozijam com a morte de  pessoas e muito menos se for uma puta.

A mentalidade mesquinha e retardada dos intervenientes, associada à vontade de dar opinião sobre tudo mesmo quando não se tem nada para dizer e à tentativa de ser considerado espirituoso, enojaram-me até a mim que não sou muito dado a vómitos.

Olivia Voltaire, foi a última de uma série de cinco actrizes porno que morreram nestes dois últimos meses o que potenciou ainda mais a galhofa pela morte das putas.

Estando longe os tempos das Pornex e Paris Brest  em casa do Cascão, dei-me ao trabalho de me actualizar e fazer uma pequena pesquisa na sobre quem eram as vitimas e que por uma questão de respeito vou tratar pelo nome pelos quais os pais as baptizaram e tal qual os li na Internet: Amanda Friedland, Mercedes Grabowski, Yurizan Beltran, Lexi Forte e Olivia Voltaire; a causa da mortes, suicídio, septisémia e abuso de substância; as idades, 35, 23, 31, 20 e 23.

Como se pode ver muito material para fazer rir.

Os habituais RIP, DEP e lamentos que habitualmente se fazem ler quando morre alguém com 70 anos e que durante a vida tocou corneta ou viola num palco, foram desta vez substituídos por frases de uma infâmia e obscenidade inauditas

Era mesmo assim que os pais gostavam que as filhas fossem recordadas


O ser desumano não cessa de me surpreender.

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