Pronomes pessoais inclusivos

 De acordo com as notícias que ouvi pela manhã, o presidente da Argentina decidiu que dentro dos organismos oficiais e à semelhança do que já tinha sucedido nas Forças Armadas, iriam ser abolidos os pronomes pessoais inclusivos, ou seja, elus, elis e outras quejandices que tais e voltava tudo a ser ele ou ela e os respectivos plurais da coisa quando os visados estivessem aos magotes.

Claro está que houve logo uma jornalista que lhe perguntou se aquela medida não era discriminatória para as pessoas que não se reviam num único género, os tais elus e elis.

Já não ouvi o que o presidente respondeu porque tive que ir lavar os dentes mas presumo que tenha sido qualquer coisa do género, “Opá, não me chateies!”.

Na minha perspectiva isto representa um retrocesso civilizacional arrasador para a geração coninhas que lá mora e que já tinha preparado um dicionário com milhares de novas palavras inclusivas, onde já era contemplada a inovadora eluim que se destina a pessoas que, dada a proximidade daquele país com o Pólo Sul, se identificam como pinguins.

Mas, por outro lado, esta medida radical, representa um ganho considerável no tempo dos discursos de Estado, uma vez que o presidente ao dirigir-se à nação (considerando que o cumprimento “Olá, malta” não é muito bem visto pelo protocolo da casa da presidência), basta-lhe dizer “Argentinos e Argentinas”, em vez de perder tempo com “Argentinos, Argentinas, Argentus, Argentis e àquele senhor que está na quarta fila de chinó na cabeça, boa noite”.

Mas, verdade seja dita, esta coisa de pronomes pessoais inclusivos, embora pareça, não é coisa nova e, por muito que possa causar admiração à generalidade das pessoas, não é também uma invenção de estrangeiros aluados, mas sim algo de produção inteiramente nacional, mais precisamente nada e criada num bairro de Lisboa, os Olivais, onde já nos finais dos anos 80, início dos anos 80, um bando de rapazes quando via passar uma gaja boa dizia em coro: “Eláááááááá!”. Ou seja; já nessa altura, fruto dos estudos intensivos destes sociólogos anónimos, o género humano se dividia em ele, ela e eláááá, este último muito apreciado por estes munícipes.

Espero ter esclarecido e ter posto cobro a este engano


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