Deixe-se dessas coisas senhor Presidente

 Não satisfeito com as figuras tristes que tem feito nos últimos dias no Canadá, com os seus “uí à bacalhau, uí à cozido à portuguesa, ui à fandango” com que fez corar os portugueses um pouco por todo o mundo, ou a observação senil sobre a dimensão do decote de uma moçoila lusocanadiana, presumo que bem provida de atributos (mentira, não presumo nada, já vi o vídeo e a miúda, para além de gira que se farta, merece cada centímetro daquele decote), que ficariam bem a um carroceiro ou a um carregador de hortaliças no mercado do Bolhão, o patetinha a quem demos a honra de presidir este país, parece estar a apurar o seu discurso de parvoíces esperando-se em superar a idiotice anterior, por uma idiotice mais refinada.

 No sábado, tive o prazer de ouvir mais uma das suas brilhantes ideias que certamente terá aterrorizado os seus assessores que têm vivido momentos difíceis. Disse o vetusto senhor que os países da União Europeia que não alinhassem pelas decisões tomadas por um núcleo duro de países membros, deveriam ser obrigados a pagar. Pagar o quê ele não disse. A taxa dos desalinhados? A taxa dos birrinhas? A taxa do país embirrante?

Mas isso é de somenos importância, crie-se a taxa e depois alguém se encarregará de lhe dar o nome.

A ideia, no fundo, tem algum sentido. Impedir que um único país tenha o direito de veto nas decisões tomadas pelos restantes Estados membros e que os Estados membros fiquem reféns de qualquer país que resolva ser do contra para ganhar alguns cobre pela sua cedência à maioria. A solução é que me parece idiota e tão mais idiota quando o senhor presidente, para terror dos seus assessores, decide acrescentar o que considero ser a cereja no topo do bolo, dando o exemplo dos migrantes “se um país da UE não quiser receber migrantes de acordo com a decisão tomada pelos restantes Estados membros tem de pagar”. Pagar o quê senhor presidente, volto perguntar, e, acrescento, em que condições? Pode a EU garantir a um país que não queira receber migrantes e pague a respectiva taxa, que os migrantes ficam à borda das suas fronteiras? E o espaço Schengen um dos pilares da construção europeia, senhor presidente? Elimina-se ou obriga-se os migrantes a jurar pela sua saúde que não atravessam a fronteira para o país que não os quer? Pense um pouco antes de falar senhor presidente já basta de tonterias. 

 


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