Diabetes e racismo

 De acordo com os resultados de uma investigação publicada na revista científica Lancet, caso não haja uma revisão da estratégia na luta contra a diabetes, em 2050, haverá no mundo cerca de 1.300.000.000 (mil e trezentos milhões de pessoas)  com o tipo 2 desta doença. O dobro das que existem actualmente.

As principais causas segundo o estudo serão, a obesidade, a falta de exercício físico e a alimentação. Às quais se acrescenta agora como factor potenciador desta doença, a localização geográfica.

A localização geográfica é que foi para mim algo surpreendente, mas só porque felizmente nunca tinha pensado na diabetes e normalmente o nosso cérebro associa-a automaticamente a gordos, mas reflectindo sobre o assunto, é fácil de compreender que populações com maior dificuldade de acesso a educação alimentar e a uma alimentação variada e saudável terão mais propensão a contrair esta doença, sejam gordos ou não. 

Errado! Com localização geográfica, o estudo não pretende abranger regiões com dificuldades de acesso a educação alimentar e a uma alimentação saudável, mas a zonas geográficas onde exista um racismo estrutural instalado. Onde existam minoria étnicas sujeitas a algum tipo de discriminação, como sejam, digo eu, a Cova da Moura, o Bairro da Jamaica e algumas urbanizações sociais do Concelho de Loures onde as pessoas deixaram de pagar renda de há uns anos a esta parte.

Que o racismo, para além de ser por si só estúpido, provocava estupidez absoluta nos comentários de jornalistas, Mamadus e coninhas desta vida, já toda a gente sabia, agora que provocava a diabetes é algo que vem abalar o conhecimento científico.

Conclusões destas fazem-me lembrar as considerações que o presidente, penso que da AHRESP, teceu sobre o projecto-lei do governo para acabar com a venda de tabaco nas bombas de combustível, restaurantes e cafés.

“Esta medida vai provocar a perda de 100.000 empregos, uma vez que as pessoas vão ter de se deslocar mais longe para comprar tabaco e vão chegar mais tarde ao trabalho, podendo ser despedidas”


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