Carências Sociais



De acordo com um relatório europeu divulgado pela Antena 1, 96% dos ciganos residentes em Portugal vive abaixo do limiar da pobreza, em casas sobrelotadas e com graves carências. Já 50% refere ter-se sentido alvo de discriminação na procura de emprego, no contacto com as escolas e com os serviços de saúde.
O que o relatório não diz, ou pelo menos a Antena1 não referiu, é a percentagem de pessoas desta comunidade que trabalha e contribui com os seus impostos para a sociedade. Eventualmente serão, digo eu, os 4% que vivem em situação de não carência grave.
O que o relatório também não diz, ou a Antena1 não refere, é que esses 96% vivem à conta dos impostos de todos quantos trabalham, ciganos, não ciganos, brancos e brancas e pretos e pretas que, quando eu saio para a rua lá pelas 07:30h, já umas regressam a casa carregadas de olheiras depois de uma noite de trabalho duro nas limpezas para irem deitar os putos à escola antes de irem dormir, enquanto outras correm ainda para apanhar o autocarro que as levará ao seu segundo emprego onde continuarão a sua fuça para arranjar o que pôr na mesa. E é esta gente que lhes paga a casa, mesmo sobrelotada e, mal ou bem, vai financiando a sua forma de viver com RSI e subsídios de uma escolaridade que apenas serve para ganhar mais uns trocos.
Porque se sente discriminada a comunidade cigana no diálogo com as escolas e com os serviços de saúde? Os autores do relatório não sabem? É fácil, basta ler as notícias dos últimos meses e tomarem conhecimento quantos profissionais de saúde e professores foram espancados por "grupos de pessoas".
E por fim, porque se sentem discriminados na procura de emprego? Infelizmente a essa pergunta não consigo responder, pois embora já tivesse recebido largas dezenas de curricula e candidaturas espontâneas a emprego, nunca recebi nenhuma de um membro dessa comunidade.

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